NOTÍCIAS
05 DE AGOSTO DE 2024
ANOREG/BR entrevista secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do MDHC
Os serviços notariais e de registro do Brasil promovem ações de proteção patrimonial e financeira da pessoa idosa
Em entrevista à Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG/BR), o secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC), Alexandre da Silva, fala sobre os projetos que visam a garantia dos direitos da pessoa idosa e a contribuição dos serviços notariais e de registro para a proteção patrimonial e financeira de idosos.
Durante a pandemia de Covid-19, a Associação dos Notários e Registradores do Brasil (ANOREG/BR) idealizou a campanha nacional ‘Cartório Protege Idosos’. A iniciativa estabelece que Cartórios de todo o país monitorem tentativas de violência patrimonial ou financeira contra idosos, e promovido especialmente durante a pandemia, como procedimentos envolvendo antecipação de herança, venda de imóveis, movimentação bancária e de benefícios e qualquer outro caso relacionado a bens e recursos sem autorização do idoso.
A medida foi adotada a partir da Recomendação 46, publicada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Após receber informações do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos sobre o aumento dos casos de violência nos últimos anos, o CNJ sugeriu a aplicação de medidas preventivas para a coibir a prática de abusos contra pessoas idosas.
Leia a entrevista completa:
ANOREG/BR – Qual a importância da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos da Pessoa Idosa (SNDPI)?
Alexandre da Silva – A importância de uma Secretaria Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa é justamente fazer valer e garantir que todos os direitos das pessoas idosas possam estar presentes e sendo percebidos pelas pessoas idosas. Infelizmente alguns grupos sociais de pessoas idosas podem ter nascido e envelhecido sem ter convivido com condições de vida que atendessem as suas expectativas. Então fazer a articulação da nossa secretaria junto a outros ministérios, sempre construindo articulações e pontes das ações desses ministérios com o nosso e também fazendo articulações conjuntas com estados e municípios é um papel importante dessa secretaria.
ANOREG/BR – Quais são as principais ações adotadas pela SNDPI para a proteção dos idosos?
Alexandre da Silva – Nós temos diversas ações pensando na proteção dos direitos das pessoas idosas, mas eu quero destacar aqui os nossos programas: o programa Envelhecer nos Territórios, o programa Viva Mais Cidadania, os nossos projetos, como Vida Digna em Casa, Educação para Toda Vida, o Viva Mais Cidadania Digital e também alguns editais e consultorias.
Todas essas ações vão garantir o direito e também possibilitar mais possibilidade de uma cidadania plena para as pessoas idosas. Esses programas falam sobre como garantir o direito de envelhecer onde as pessoas querem garantir os direitos específicos de grupos sociais específicos da nossa sociedade, pensar o enfrentamento às mais diversas formas de violência, garantir o direito à saúde, à educação, participação social. Pensar as pessoas idosas que estão residindo e sofrendo o risco dos eventos climáticos e desastres ambientais, enfim, são diversas ações que nós temos olhando tanto para os problemas que já existiam décadas atrás e também pensando nos problemas mais atuais.
ANOREG/BR – O Conselho Nacional de Justiça recomenda aos serviços notariais e de registro do Brasil a adoção de medidas preventivas para a coibir a prática de abusos contra pessoas idosas. Como vê essa iniciativa?
Alexandre da Silva – As violências financeira e patrimonial são duas que vêm crescendo muito nos últimos anos e necessita uma ação cada vez mais articulada, ampliada e, de novo, em rede. Nós já temos ações aqui; o projeto Viva Mais, da Daniela Digital, já está acontecendo um piloto aqui em uma das maiores favelas do nosso país, nós temos também a articulação com regiões, com outros estados do nosso país, olhando para a região norte e nordeste, nós temos também uma conversa já iniciada com outros setores da sociedade. saber que os Cartórios também estão entrando nesse enfrentamento é muito bem-vindo e desde já eu coloco toda a Secretaria à disposição para fazer um diálogo e construir ações conjuntas se for de interesse.
Na minha experiência profissional, agora aqui também como gestor, é muito triste a gente se deparar com o resultado de uma violência financeira patrimonial, o que isso implica na vida das pessoas idosas e muitas vezes, ou quase sempre, também na vida dos seus familiares e pessoas amigas.
ANOREG/BR – Qual a importância de os Cartórios adotarem medidas de combate à violência patrimonial ou financeira contra idosos?
Alexandre da Silva – Nós temos dito aqui, eu tenho dito aqui para a equipe também, para os ministérios do nosso governo e quando eu converso também com gestores estaduais, gestores municipais, representantes da sociedade, academia, enfim, eu tenho dito para todo mundo que a solução para o enfrentamento às violências sempre será uma resposta em rede. Todos os atores sociais que participam, começam a entregar uma rede de enfrentamento aos abusos e outras formas de violência que afeta as pessoas idosas, sempre serão bem-vindas. Então, ações como essas são realmente importantes para a gente ampliar as várias ações, os vários profissionais, grupos e saberes necessários para o enfrentamento das diversas violências que também vão se aprimorando a cada dia. É importante que cada um faça as suas coisas, sua contribuição.
ANOREG/BR – Quais medidas preventivas os Cartórios podem adotar para coibir a prática de abusos contra pessoas idosas?
Alexandre da Silva – Primeiramente elas precisam passar pelo respeito à autonomia da pessoa idosa. Então, qualquer situação percebida nos Cartórios que estejam ameaçando ou impedindo essa autonomia da pessoa idosa nas suas decisões, são ações que precisam ser evitadas e denunciadas o quanto antes. Nós temos a ouvidoria, o nosso Disque 100, que fica à disposição também. A nossa ouvidoria é garante o anonimato, então é importante que qualquer situação que envolva a violência de pessoas idosas seja notificada. É também uma sugestão aqui que todos os colaboradores dos Cartórios, de todas as funções, até da recepção, até o cargo mais alto, também que as pessoas estejam preparadas para ouvir e fazer um acolhimento muitas vezes. Quando perceber que a pessoa que está num Cartório, tanto no momento ou quanto antes, ou depois, numa segunda, terceira ida ao cartório, passou por uma situação de violência e tentar, sempre que possível, fazer um encaminhamento para outros equipamentos, outros serviços, outros profissionais que poderão mitigar esse dano causado à pessoa idosa.
Fonte: AssCom ANOREG/BR
Outras Notícias
Anoreg RS
13 DE AGOSTO DE 2024
Projeto criando serventias extrajudiciais em 34 municípios é sancionado pelo Governador
Foi publicada na edição de sexta-feira do Diário Oficial do Estado a Lei 16.166/2024, que sanciona o Projeto de...
Anoreg RS
13 DE AGOSTO DE 2024
Pesquisa Pronta traz julgados sobre guarda de menor e inventário extrajudicial na existência de testamento
A página da Pesquisa Pronta divulgou dois entendimentos do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Anoreg RS
13 DE AGOSTO DE 2024
Comissão da Câmara se reúne para votar projeto que assegura união homoafetiva
A Comissão de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial da Câmara dos Deputados promove, nesta terça-feira...
Anoreg RS
13 DE AGOSTO DE 2024
Artigo – A inexigibilidade automática do ITCMD pós-reforma tributária
Após demasiados anos de espera, sendo ansiosamente aguardada pelo mercado e população em geral, a reforma...
Anoreg RS
12 DE AGOSTO DE 2024
Mesmo com mudanças sociais e culturais, ausência do nome do pai no registro ainda é desafio no país
No Brasil, entre janeiro de 2016 e julho de 2024, dos 23,1 milhões de nascimentos, pouco mais de 1,2 milhão de...