NOTÍCIAS
19 DE OUTUBRO DE 2023
Solo Seguro: Corregedoria Nacional premia ações em prol da regularização fundiária
Uma solenidade, na manhã desta quarta-feira (18/10), serviu para mostrar que o significado de um título de regularização fundiária vai além do que está escrito em folhas de papel. A distinção de cinco iniciativas com o Prêmio Solo Seguro, pela Corregedoria Nacional de Justiça, dá destaque a ações que transcendem o cumprimento de exigências legais para trazerem dignidade e cidadania.
A primeira edição do prêmio, cujo objetivo é valorizar e disseminar ações reconhecidamente exitosas, práticas inovadoras e de sucesso que contribuam para o aprimoramento do combate às ocupações irregulares, justificou a apresentação de 170 inscrições de 24 unidades da federação. Os concorrentes foram integrantes de corregedorias de tribunais, magistrados, servidores, registradores, entes federativos, institutos de terras, associações. No próximo mês, a Corregedoria Nacional de Justiça fará reunião a fim de traçar diretrizes que orientarão o Solo Seguro de 2024.
“Os prêmios que entregamos foram objeto de criatividade”, avaliou, durante a cerimônia de premiação, o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão. “A concessão da regularização fundiária evita disputas, potencializa o uso da terra, gera empregos, gera tributos. É o jogo de ganha-ganha”, observou. O corregedor esteve acompanhado, na mesa da solenidade, pelo ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira; e por três ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins, Herman Benjamin e Reynaldo Soares da Fonseca.
“Ações como o Prêmio Solo Seguro são a potencialização da cidadania e apontam para a garantia de justiça para todos”, disse a secretária-geral do CNJ, Adriana Cruz, que, na cerimônia, representou o presidente do Conselho, ministro Luís Roberto Barroso. Também integraram a mesa o presidente da comissão que escolheu as práticas premiadas, conselheiro Mauro Martins; a coordenadora-geral da Secretaria de Controle do Desmatamento e Ordenamento Territorial e Ambiental do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Nazaré Lima Soares; e duas juízas auxiliares da Corregedoria, Daniela Madeira e Renata Gil.
Direitos fundamentais
A solenidade na sede do CNJ reuniu representantes dos cinco projetos vencedores, que compartilharam suas experiências no contato com a população de seus estados de origem. “Foi uma oportunidade única de testemunhar o crédito que a população dá ao registro das suas casas e também o impacto negativo que a falta da titulação causa ao desenvolvimento humano e social”, relatou o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), José de Ribamar Froz Sobrinho. Iniciativa da corte maranhense, o Programa Registro Para Todos, criado em 2021, promoveu a entrega de 25.361 títulos, inclusive para comunidades indígenas e quilombolas. “A distinção recebida pelo Registro Para Todos, do TJMA, fortalece o programa para avançar em sua atuação e ganhar escala na entrega de títulos, no fomento de ações de cooperação em prol da regularização fundiária”, avaliou, logo depois de receber o prêmio, o coordenador do Núcleo de Governança Fundiária da Corregedoria-Geral de Justiça do Maranhão, juiz Douglas Lima.
“A regularidade não pode ser um privilégio, todos devem ter os seus direitos fundamentais preservados”, discursou a diretora de Regularização Fundiária do Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais (Cori-MG), Michely Freire. A instituição mereceu destaque porque levou adiante treinamentos em regularização fundiária para registro de imóveis e órgãos públicos por meio da oferta de conteúdo na forma de aulas on-line e livro digital, de acesso gratuito. “É uma ação que faz ponte entre o direito e a realidade porque as regiões mais pobres são, justamente, onde a irregularidade fundiária se apresenta de forma mais perversa.”
O Solo Seguro também reconheceu o Núcleo de Prevenção e Regularização Fundiária (Nupref), da Corregedoria-Geral da Justiça do Tocantins, que promove parcerias a fim de induzir políticas públicas. O Programa Imóvel Legal, em prática em Itagimirim (BA), alcançou destaque porque promoveu a regularização de todos os imóveis do município, em ação conjunta da prefeitura, do cartório local e da Corregedoria-Geral de Justiça da Bahia. Já o Sistema de Informação Geográfica do Registro de Imóveis (SIG-RI) mereceu o prêmio porque georreferenciou os registros de parcela expressiva do território nacional, com sobreposição por meio de mapas digitais em mais de 70 camadas, que permitem acesso a informações disponíveis pública e gratuitamente.
Na sua primeira edição, o Solo Seguro concedeu ainda 11 menções honrosas a projetos e programas em prática em seis estados. Também listou como iniciativas importantes duas experiências que estão sendo levadas adiante no Maranhão e em Rondônia: Projeto Especial “Registro de Territórios Indígenas e Quilombolas” (TJMA) e “SEPAT sobre Rodas- Secretaria de Patrimônio e Regularização Fundiária – RO.
Resultados
O Prêmio Solo Seguro é uma das ações do Programa Permanente de Regularização Fundiária, lançado em abril pela Corregedoria Nacional de Justiça. O objetivo é estabelecer o diálogo entre a administração pública e a sociedade para o enfrentamento da grilagem de terras e fortalecer a governança fundiária, a promoção da Justiça, o acesso regular à terra, a segurança jurídica e a proteção ambiental.
A Semana Nacional de Regularização Fundiária Solo Seguro é uma das iniciativas do programa, que, entre 28 de agosto e 1º de setembro, fez a entrega de títulos de propriedades nos nove estados da Amazônia Legal. A ação mobilizou as corregedorias-gerais dos tribunais e também contou com o apoio da Associação dos Notários e Registradores (Anoreg), por meio dos cartórios extrajudiciais e registradores dos estados envolvidos, além de ampla participação de agentes dos três poderes e da sociedade civil.
Ao longo da semana foram entregues mais de 31.000 títulos registrados: Acre (3.700), Amapá (138), Amazonas (2.707), Maranhão (4.793), Mato Grosso (8.134), Pará (4.000), Rondônia (1.795), Roraima (2.474), Tocantins (3.523). Além disso, houve organização de seminários, fóruns, simpósios e workshops em cada estado da Amazônia Legal, para discussão de questões relacionadas à regularização fundiária.
Fonte: Agência CNJ de Notícias
Outras Notícias
Anoreg RS
26 DE OUTUBRO DE 2023
Terras indígenas: FPA pretende derrubar vetos da Lei n. 14.701/2023
Presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária afirma que texto foi aprovado com ampla vantagem na Câmara e no...
Anoreg RS
26 DE OUTUBRO DE 2023
Projeto altera regras para regularizar lote ocupado em assentamento do Incra
Proposta será analisada pelas comissões da Câmara dos Deputados
Anoreg RS
26 DE OUTUBRO DE 2023
STF prossegue nesta quinta-feira (26) julgamento sobre retomada de imóveis financiados em caso de não pagamento
Até o momento, cinco ministros votaram pela possibilidade de retomada sem precisar acionar a Justiça.
Anoreg RS
26 DE OUTUBRO DE 2023
Artigo – Como a reforma tributária pode afetar a sua holding familiar – Por Maria Lúcia Barreiros
A criação de holdings familiares entrou em evidência como um dos caminhos para planificar a transmissão do...
Anoreg RS
26 DE OUTUBRO DE 2023
IBDFAM divulga resultado das eleições do biênio 2024 e 2025
O Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM definiu, por meio de eleições, os novos membros de seu...