NOTÍCIAS
14 DE NOVEMBRO DE 2023
Palestras do segundo dia do II Seminário de Regularização Fundiária de Caxias do Sul abordam técnicas e aplicações práticas
Iniciando as palestras do segundo dia (10.11) do II Seminário de Regularização Fundiária de Caxias do Sul, o desembargador aposentado do Tribunal de Justiça do Estado (TJ/RS), Wellington Pacheco Barros, falou sobre “Regularização fundiária rural”.
Trazendo aspectos de sua experiência e também histórias pessoais, Barros abordou a necessidade do advogado ser flexível em sua atuação e manter-se atualizado, mediante caso a caso. O desembargador comentou ainda que o tema da reurb é algo sensível a ele, que é natural da região do agreste e já sofreu com a falta de água.
“Estou me relendo e ‘metendo o pau’. Nós mudamos e essa perspectiva o advogado tem que ter. As teses que ele levanta de um cliente podem não ser as mesmas que ele levanta de outro cliente”, opinou.
Na sequência, a advogada especialista em regularização fundiária urbana, Doralice Pereira, abordou a “Atuação dos advogados junto aos municípios e saneamento da reurb”. Doralice, que atua no Mato Grosso, comentou sobre os desafios da reurb e as diferenças nos estados, também os reflexos da regularização na sociedade.
“Na reurb social, a preferência do direito à propriedade é da mulher. Isso porque a falta de regularização também está ligada a casos de violência doméstica e, na separação, a guarda dos filhos geralmente fica com a mãe”, contou.
Tiago Machado Burtet, sócio da Extrajud Consultoria, apresentou a palestra “Instrumentos da regularização fundiária da Lei 13.465/17 e breves comentários ao Provimento More Legal V”.
“Isso aqui é a questão social, é o que está lá na Constituição Federal, para nós concretizarmos o direito à moradia de morador não isolado. De que adianta a pessoa ter a posse e a moradia, se ela não poder utilizar aquele bem para todas as funções que o direito permite, por exemplo, o acesso ao crédito?”, comentou.
Aplicação em Caxias do sul
Já o procurador municipal, Adivandro Rech, apresentou o tema “O instrumento legislativo municipal como ferramenta de viabilidade da reurb”. Rech ressaltou o quanto a regularização fundiária é capaz de mudar a vida das pessoas, pois oferece a elas um ativo financeiro. Segundo o procurador, 40% do município de Caxias do Sul é irregular e isso significa que 40% da cidade possui um ativo morto, que não é usufruído.
“Quem já participou de alguma entrega de títulos de propriedade sabe a emoção de entregar para alguém algo que essa pessoa estava esperando pela vida toda”, contou.
A técnica responsável pelos projetos de regularização fundiária urbana em Caxias do Sul, Luana Mezzomo trouxe o tema “A proatividade e excelência dos servidores públicos como garantidores de bons resultados da reurb”. Ela mencionou o papel importante do governo e destes profissionais para qualquer projeto de regularização fundiária.
“De quem é a responsabilidade da etapa da elaboração do projeto de regularização fundiária? Se for de interesse social em áreas que o município está trabalhando, cabe ao corpo técnico do município a elaboração de todas as peças técnicas […] Então é impossível falar de reurb, sem falar da parte técnica, que engloba engenheiros e arquitetos”, explicou.
A reurb como prevenção de desastres
Trazendo questões sobre “Inundações urbanas”, Ximena Cardozo, promotora de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, explicou como os impactos ambientais alteram a vida nas cidades.
“Quando falamos em regularização urbana, a decisão de viver no local de risco não pode ser atribuída unicamente às pessoas que moram lá. É um contexto de falta de política pública e de política habitacional, já que esses são os únicos espaços que sobram na cidade, porque os espaços novos já estão ocupados”, comentou.
Para fechar o segundo dia, a procuradora municipal de Porto Alegre, Carolina Teodoro Falleiros, apresentou a palestra “Análise da reurb como um processo estrutural”.
“Dentro da reurb, existe uma complexidade que exige uma conjugação de esforços dos setores da administração pública e da sociedade para a resolução do problema”, informou.
O seminário é uma realização do Colégio Registral do Rio Grande do Sul e da Universidade de Caxias do Sul (UCS), com o apoio da Prefeitura de Caxias do Sul, Ministério Público do Estado (MP/RS), OAB – Subseção Caxias do Sul, Direção do Foro da Comarca de Caxias do Sul, Centro Universitário FSG, Uniftec, Associação dos Notários e Registradores do Rio Grande do Sul (Anoreg/RS), NotaRegis Serra e 20cinco comunicação, contando com o patrocínio de Balen Regularizações, Coopnore Unicred e Sky Informática.
Fonte: Assessoria de Comunicação – Colégio Registral do RS / 20cinco comunicação
Outras Notícias
Anoreg RS
24 DE JANEIRO DE 2024
Jurisprudência em Teses n. 228 apresenta decisões sobre registros públicos
Informativo jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça reúne 10 entendimentos acerca do tema.
Anoreg RS
24 DE JANEIRO DE 2024
Se pai não é registrado como brasileiro, filho não pode obter nacionalidade
Se pai não é registrado como brasileiro, filho não pode obter nacionalidade
Anoreg RS
24 DE JANEIRO DE 2024
Favelas e Comunidades Urbanas: IBGE muda denominação dos aglomerados subnormais
Não houve alteração no conteúdo dos critérios que estruturam a identificação e o mapeamento dessas áreas e...
Anoreg RS
24 DE JANEIRO DE 2024
STJ impede averbação de penhora de bem de família
STJ impede averbação de penhora de bem de família
Anoreg RS
24 DE JANEIRO DE 2024
Anoreg/RS e Fórum de Presidentes realizam reunião remota e tratam de projetos para 2024
Anoreg/RS e Fórum de Presidentes realizam reunião remota e tratam de projetos para 2024